quinta-feira, 18 de março de 2010

Audiência com mãe que perdeu guarda de bebê. Será realizada hoje pela Justiça de Jundiaí




O juiz Jefferson Barbin Torelli, da Vara da Infância e Juventude de Jundiaí, no interior de São Paulo, marcou para esta quinta-feira (18), às 16h, a primeira audiência de conciliação do processo que trata da guarda de uma menina de um ano e dois meses arrancada na segunda-feira (15) dos braços da mãe por guardas civis municipais que atenderam a uma determinação judicial.

De acordo com o juiz, a mãe da criança constituiu
advogado e informou endereço à Justiça. A audiência também terá participação
de um promotor. Caso haja acordo, a audiência pode determinar o fim do processo. A decisão de levar a criança para um abrigo foi tomada depois de uma denúncia anônima. A mãe usaria a criança para pedir esmolas no centro da cidade.


Embora tenha se negado a falar sobre o processo, que corre em segredo de justiça, o juiz afirmou que, em tese, caso não haja acordo, o caso será avaliado por peritos para saber se a mãe tem condições de manter a criança sob sua guarda.
Autor da ordem para que a criança fosse levada a um abrigo, o juiz comentou também apenas em tese a forma como a menina foi tirada dos braços da mãe. "Toda vez que o juiz expede uma ordem , espera-se que o funcionário que vai cumpri-la o faça dentro da legalidade", afirmou. O desespero da mãe e da criança foi registrado em vídeo. As imagens mostram a menina sendo puxada dentro da delegacia por uma guarda, que a levou no banco da frente de um carro da prefeitura até um abrigo. A mãe nega que uso da filha para esmolas.

“Eu estava lendo sorte, lendo mão. Aí me pegou, colocou dentro do carro e trouxe na viatura”, disse Dervana Dias, que teve a filha levada.

Segundo a psicóloga Carin Piacentini, que trabalha no abrigo onde está a menina, a separação de mãe e filha foi muito violenta, e haveria outras opções menos traumáticas. “Por exemplo, trazendo essa mãe ao abrigo, fazendo com que ela visitasse a casa, visse onde essa criança iria dormir, faria as refeições, iria brincar, para que ambas se tranqüilizassem e a mãe fosse embora um pouquinho mais calma, sabendo onde a filha ficaria”

Sônia Chebel, mestre em pedagogia, acredita que o ideal seria encontrar maneiras de unir mãe e filha. "Por que não deixar que esse laço afetivo com a mãe continue? Por que não achar uma saída em que essa convivência seja possível? Essa mãe precisa ser acolhida também."

O juiz da Vara da Infância e Juventude de Jundiaí vai decidir se a Dervana tem condições de criar a menina. Ela e outra cigana, ambas de Jacutinga, em Minas Gerais, prestaram depoimento e foram liberadas. A outra mulher não teve a filha apreendida e saiu da delegacia acompanhada da garota. De acordo com o juiz, o bebê estava exposto a risco, submetido a vexame. A presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e Adolescente disse que a cena que mostra a separação de mãe e filha é forte, mas não havia outro jeito de pegar a criança. “Dentro das condições reunidas no momento não tinha outra forma senão aquela, tentar conter a emoção da mãe e tentar da mesma forma cumprir a denominação municipal”, disse Solange Giotto. Ela descarta um possível trauma. “Tudo isso vai se resolver de acordo com o tratamento que a criança vai ter durante a vida, os traumas são dissolvidos ao longo da vida desde que haja muito amor e que essa criança seja acolhida onde ela estiver, seja no abrigo ou no colo da mãe.” O comando da Guarda Municipal justificou a ação dizendo que naquele momento foi necessário agir com rigor para cumprir a lei e preservar os direitos do bebê.

Um comentário:

  1. ABUSO DE PODER DE TODOS OS ENVOLVIDOS!!!
    O QUE SERÁ QUE PENSA O JUIZ QUE DEU ESSA ORDEM? ELE DEVERIA FAZER UM CURSO DE RECICLAGEM NA PROFISSÃO PARA ENTENDER QUE ABUSO DE PODER É CRIME E APRENDER SOBRE DIREITOS HUMANOS.
    FIQUEI APAVORADo QUANDO VI ESTAS IMAGENS, SERA QUE QUEM DEU ESTA ORDEM,O VE QUE DA FORMA COMO FOI FEITO PODE CRIAR TRAUMAS NESTA CRIANÇA!

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