O jornalista Amaury Ribeiro Jr, ligado ao “grupo de inteligência” da pré- campanha de Dilma Rousseff (PT) confirmou em depoimento à Polícia Federal que encomendou a um despachante pelos dados de dirigentes do PSDB e da filha e do genro do presidenciável tucano José Serra. Segundo a PF, o jornalista pagou R$ 12 mil pelos documentos. O depoimento de Ribeiro Jr. durou 13 horas, mas o jornalista não informou de onde saiu o dinheiro para o pagamento dos dados.
Apuração no Estado de Minas
De acordo com Ribeiro Jr, a apuração dos dados foi feita enquanto trabalhava como repórter do jornal o Estado de Minas, entre setembro e outubro de 2009. Nessa época, a intenção era “proteger” o ex-governador e senador eleito, Aécio Neves (PSDB), que seria alvo de um serviço de espionagem de José Serra. Segundo o jornalista, o grupo de Serra pretendia devassar a candidatura interna de Aécio à presidência.
Ribeiro Jr. disse que no período de apuração de dados o Estado de Minas teria pagado suas viagens a São Paulo. Após terminar a investigação, o jornalista guardou uma cópia da apuração, com a ideia de lançar um livro com o caso dos tucanos.
O jornalista encomendou os dados ao despachante Dirceu Rodrigues Garcia, mas as informações foram obtidas pelo contador Antonio Carlos Atella, que usou uma procuração falsa para violar os sigilos fiscais de Verônica Serra e do marido, Alexandre Bourgeois, além de Eduardo Jorge, vice-presidente do PSDB. Os dados foram acessados em uma agência da Receita Federal em Santo André (SP).
Dados teriam sido "roubados"
Segundo ele, após deixar o jornal, a inteligência do PT soube de sua investigação e o convidou para trabalhar na equipe de campanha de Dilma. Em abril deste ano, o jornalista chegou a se reunir com a equipe de comunicação da campanha. De acordo com ele, as despesas de hospedagem em Brasília foram pagas por uma “pessoa do PT”, no entanto, a dúvida da Polícia Federal é quem teria pago os R$ 12 mil pela investigação.
Ribeiro Jr. também alegou que pessoas do PT roubaram os dados de seu computador pessoal, num quarto de hotel em Brasília.
O jornal Estado de Minas ainda não se pronunciou sobre as declarações do ex-funcionário, já que o jornalista alegou que o veículo tentou “proteger” Aécio Neves.
As informações são da Folha Online e do Estadao.com
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