Modelos 'exclusivos para o Brasil' terão motores flex 1.4 e 1.5.
Marca chinesa diz que importará carro bicombustível para o país já em 2012.
Governador Jaques Wagner recebe miniatura do carro de gerente geral da JAC Motors, She Cairong |
Na planta serão produzidos, segundo a JAC, um hatch e um sedã exclusivos para o mercado brasileiro, com motores flex (os modelos atuais vendidos no Brasil têm motor a gasolina) 1.4 e 1.5 litro. Esses motores serão produzidos na China.
Com capacidade para produzir 100 mil unidades anuais em 2 turnos, a montadora prevê criar 3,5 mil novos empregos diretos e 10 mil indiretos. A expectativa da JAC com a fábrica é saltar de 1% de participação no mercado brasileiro para 3%, o que equivale à fatia da Honda no acumulado deste ano, segundo dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículo Automotores (Fenabrave).
Carros flex em 2012
A JAC já importará carros com motor bicombustível a partir do ano que vem, segundo o presidente do grupo SHC, Sergio Habib. O lançamento do sedã J5, esperado para este ano, será apenas em 2012. Em outubro, a marca vai trazer ao Brasil o compacto J2. Atualmente, a montadora vende no Brasil o J3, em versão hatch e sedã, e a minivan J6. A marca estreou no país em março passado.
JAC promoveu o sedã J5 no evento; ele chegará ao país só em 2012 |
No Polo de Camaçari está instalada, desde 2001, uma fábrica da Ford. Habib disse que a localidade foi escolhida também pela JAC "primeiro pelo crescimento do Nordeste e pelo crescimento em Salvador". Segundo o executivo, o mercado automobilístico dobrou nos últimos 6 anos na capital baiana.
"Estamos ofertando o conforto que ofertamos para a Ford e para outras empresas", disse o governador da Bahia, Jaques Wagner, no evento. "Foi uma decisão acertada. Vou à China em dezembro, consolidar o investimento."
"Não devemos nada de nossa mão de obra em relação ao Rio e São Paulo", completou o governador. "Na verdade, existe uma divida com a distância para o centro consumidor. Quando se tem uma base longe desse centro (Sul/Sudeste), a logística tem que ser compensada."
A marca já havia divulgado que 80% do capital para a fábrica será brasileiro e 20% virá da JAC Motors, da China. Habib disse que, inicialmente, a produção será voltada ao mercado nacional. Posteriormente, será avaliada a possibilidade de exportar para Argentina e México.
Negociações sobre IPIO projeto de construção da planta foi protocolado pela JAC em outubro passado no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Wagner e Habib confirmaram nesta quarta que o governo federal negocia mudanças no decreto sobre o aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), que atinge carros importados de fora de Argentina, Uruguai e México.
Nos moldes da medida original, carros fabricados no Brasil ficam fora do aumento desde que cumpram regras como ter 65% de peças nacionais. Habib disse que a previsão é de que a fábrica da JAC na Bahia comece com 20% de nacionalização. O executivo confirmou a instalação ainda que não haja flexibilização do IPI. Em setembro, dias depois de a medida do Ministério da Fazenda ser anunciada, a JAC ameaçou cancelar os planos.
A alta do imposto, adiada por uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), começará a valer em dezembro e seguirá até o fim de 2012. Além da JAC, outra marca afetada pelo IPI, a também chinesa Chery, constrói sua primeira fábrica no Brasil. A BMW também apresentou planos de instalar-se no país.
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