sábado, 27 de março de 2010

CASO ISABELLA




Queria permanecer calado sobre o caso da menina Isabella. Chegou a oportunidade de falar.
O que me assombrou verdadeiramente não foi nem o caso em si, mas a cobertura que a Imprensa está fazendo desse caso. E eu, como futuro comunicólogo, estou triste e envergonhado pelo forma que meus futuros colegas de profissão estão fazendo.
Essa semana, não se falou em outra coisa a não ser o júri do caso Isabella, perdi as conta dos programas, manchetes de jornais até mesmo na Net onde os principais sites dedicavam páginas e páginas ao crime até “melhores momentos” teve!(risos). A onde existe melhor momento em um crime? Fiquei a me perguntar!
Parecia que tínhamos parado no tempo e voltado a noite de 29 de Março de 2008. E hoje após dois anos dessa fatídica cena não menos comum e nossa sociedade finalmente saiu a condenação.
Mais e daí? A condenação para mim não foi surpresa e acho que para muitos também, é só somar dois mais dois, vamos aos melhores momentos! (risos). Voltar na linha do tempo e analisarmos a nossa imprensa que tem como finalidade informar para formar e de ser imparcial, a TV Record mantinha um plantão no ar. Lia-se “Caso Isabella: manchetes, dados as vezes fantasiosos notícias desencontradas puro sensacionalismo barato em cima de um fato absurdamente macabro
“FORAM ELES”. Dentro da revista, a reportagem que fala sobre o caso Isabella tem o título “Frios e Dissimulados”, e logo abaixo desse título encontramos o resumo “Pai e madrasta mataram Isabella, numa sequência de agressões que começou ainda no carro, conclui a polícia“. Na realidade, quem conclui é a própria revista Veja. ainda que a condenação popular do casal Nardoni já tenha acontecido, mesmo ferindo o inciso LVII do art. 5oda Constituição Federal de 1988: presunção de inocência – trocando em miúdos (É o famoso “todos são inocentes até que se prove o contrário”)Em entrevista coletiva o delegado responsável pelo caso disse,que a polícia não pode sobrepor os interesses jornalísticos aos interesses públicos. O principal é que se elucide o caso. Até lá, não podemos condenar ninguém. Só o juiz ou jurado (parece que o caso vai a júri popular) pode. Acho que cada um tem seu direito de tomar partido nessa “novela”, exceto, claro, a Imprensa. Afinal, o que devíamos esperar dela é justamente a imparcialidade, certo?
Não quero ser frio ou coisa alguma sobre o caso, porque eu já cansei de rever os “melhores”, os piores, o triste, o sanguinário e todo o mais sobre “O Caso Isabela”. Essa saturação promovida pela mídia, que aproveitam de qualquer notícia pra fazer todo e qualquer tipo de sensacionalismo possível. Nardoni foi sentenciado a 31 anos, um mês e 10 dias de reclusão; Jatobá, a 26 anos e 8 meses de prisão.e. O casal saiu do Fórum de Santana, na Zona Norte de São Paulo, direto para presídios em Tremembé. Mas que essa grande ‘novela’ da vida real não irá acabar tão brevemente, e pelo visto ainda tem muito pano pra manga para os parciais/imparciais, sensacionalista ou curiosa.

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